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02/03/2012 / Paulo Wainberg

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Queria ter um manancial de putas fiéis, que o seguissem e lhe satisfizessem os desejos, sem pejos. E quando quisesse estar sozinho, saíssem quietas, sem perguntas indiscretas, sem queixas, bem treinadas gueixas.

Queria ser o rei do bordel, onde putas a granel lhe servissem as fantasias, todos os dias, e que a toda semana, lhe trouxessem putas novas, uma paraguaia, outra peruana.

Queria ser o cafetão do puteiro, recolhendo dinheiro, com cara de mau, nariz de cangaceiro, corrente no pescoço, relógio altaneiro, paletó branco batendo nas putas com tamanco.

Queria uma mulher para amar, beijar e honrar, que lhe desse um filho e duas filhas, que lhe esquentasse a noite com abraços e açoite e, nas noites de verão, jogasse cartas na mesa, com a comadre e o compadre, ao som de um violão suave, entoado sem alarde.

Mas não podia. Era padre.

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