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15/12/2014 / Paulo Wainberg

Falando sério

Foram tantas vidas que tive, tantos lugares onde estive e tudo o que aprendi, e tudo o que vi fazem de mim um ser feliz, um ser alegre, um ser infeliz, um ser triste.

Descobri que é possível estar feliz e triste ao mesmo tempo, mas também descobri que estar feliz e alegre ao mesmo tempo é a raridade preciosa que enobrece e justifica a vida.

Nem sempre é possível, aliás quase nunca, porque viver é um constante estado de susto e alerta, talvez tamanho apego à vida seja responsável, talvez ser feliz e alegre ao mesmo tempo seja não levar a vida a sério e nada a sério portanto.

Não levar a vida a sério é despreocupar-se da consequência, ignorá-la ou tratá-la, quando acontece, como mais um pedaço de vida a não ser levada a sério.

Não levar a consequência a sério é não ter senso de responsabilidade, aceitá-la como outro evento que não se leva a sério e pagar o preço como quem recebe o prêmio, não importa quão alto seja o preço.

Aceitar o preço como prêmio é atingir o estágio máximo da individualidade, quando o eu está acima de tudo, o tudo simplesmente não existe.

Não levar a vida a sério é não levar o eu a sério, é inexistir existindo, e quando a morte vem, inexistir não existindo.

Há o sorriso que vem da boca e há o sorriso que vem da alma.

O sorriso que vem da boca é falso, o sorriso que vem da alma é fútil.

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