Segunda carta literária
Escrever não é um ato solitário. Masturbação é um ato solitário. O escritor nunca está só, pois no seu universo interior habitam centenas de pessoas, com suas vidas, milhares de cidades, com suas ruas, incontáveis sentimentos, com suas emoções.
Quando escrevo, sinto-me povoado. Estou sempre escrevendo, mesmo quando não estou digitando. Isto faz de mim um ser que jamais fica sozinho pois, em minha mente, há sempre diálogos que se travam, ações que se executam até mais não poder, até os limites da imaginação.
Posso escrever rodeado de pessoas, assim como posso ler no meio de uma multidão. Meu mundo literário é muito mais intrigante do que a realidade em que vivo. Nesta, quase tudo se repete e é previsível.
Para o escritor, para mim, neste espantoso fenômeno da imaginação, tudo é improvável e inesgotável.
Para o ato solitário da masturbação, basta uma boa fantasia.
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